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Trabalho remoto: uma tendência que veio para ficar

Nunca como agora se falou tanto sobre a forma e o local onde trabalhamos. Depois de muitas empresas terem sido obrigadas a encerrar os seus escritórios durante a pandemia, a alternativa, que se pensava provisória, tornou-se duradoura para muitas organizações e colaboradores. A pandemia por Covid-19 veio acelerar uma tendência que já se vislumbrava e o trabalho remoto veio para ficar.

Esta é a realidade em evidência no estudo “Teletrabalho: Tendências e Políticas em 2021”, desenvolvido pela Aon: mais de metade das 156 empresas inquiridas (58,67%), na sua maioria portuguesas, já implementou uma política de trabalho remoto adaptada à nova realidade do mundo laboral. Segundo a pesquisa - que incidiu sobre as tendências, práticas e políticas corporativas pós-Covid-19 -, sempre que as funções possam ser executadas remotamente, a atribuição do teletrabalho a todos os colaboradores é uma realidade apontada por 67,61% das empresas inquiridas.

E se é certo que muitas organizações e colaboradores regressaram ao seu ambiente habitual, não é menos verdade que os benefícios do trabalho à distância continuam a ser reconhecidos, inclusive enquanto mais-valias para o negócio. É disso exemplo o mapeamento que múltiplas empresas estão a promover, identificando as funções que melhor possam, no futuro, ser desempenhadas remotamente.

Às vantagens somam-se a preferência dos colaboradores que, na maioria, idealiza uma solução de equilíbrio entre trabalho remoto e as funções no escritório, segundo o relatório da Aon.

Desafios e competências na nova era

Analisar os desafios e as oportunidades do convencionado “novo normal” implica também um olhar sobre as limitações do modelo à distância. Seja na interação entre colaboradores e responsáveis de equipa ou na valorização de determinadas competências, a verdade é que nem sempre se ganha.

Basta pensar que as oportunidades de progressão de carreira para quem se encontra em trabalho remoto podem ser mais limitadas já que as suas capacidades podem ser menos notadas fora do ambiente de escritório. Ou ainda na necessidade de aumentar a resiliência e a agilidade da força de trabalho, duas competências essenciais do mundo corporativo no atual contexto.

Valorizar os recursos humanos num mundo cada vez mais digital afigura-se, como se depreende, uma missão complexa, jogada em vários tabuleiros, mas também aliciante, a reclamar o empenhamento, pelo exemplo quotidiano, de todos os líderes e gestores.

Num cenário marcado pela incerteza, é fundamental identificar pontos de melhoria, repensar as estratégias de gestão de pessoas e construir planos de ação robustos e adaptados às exigências das novas dinâmicas de trabalho. O desafio é ambicioso, mas inadiável.